Há dias conversei com uma recém-mãe que como tantas sente-se na obrigação de demonstrar o ar repleto de felicidade que a maternidade lhe proporciona.
Na verdade, a maternidade é uma bênção, é algo maravilhoso e misterioso.
No entanto, quando acontece pela primeira vez e nos primeiros meses as coisas não são logo bem assim. Isto não quer dizer que não se ame incondicionalmente o filho que se acabou de gerar, mas o facto é que as alterações hormonais bruscas reflectem-se nos mais diversos sentimentos e estados de espírito que se sentem em simultâneo e que se alteram de um momento para o outro.
Não é preciso ser uma depressão pós-parto, basta esta instabilidade física inerente ao parto e a insegurança e receio do futuro pelo novo papel que passamos a ter na vida, para gerar este turbilhão.
No entanto, as observações do tipo: "só tenho vontade de chorar", "choro por tudo e por nada", "cada vez que fico sozinha sinto um pânico imenso", "e se ele adoece", "não me apetece ver ninguém"...Não são muito bem recebidas pela sociedade em geral, e o pior recebem criticas/comentários marginalizantes de outras mães mais velhas de outra geração.
Esta recém-mãe com quem falei há dias também começou pelo "rolo cor-de-rosa do filme". Mas assim que outras mães como eu começaram a falar de todos aqueles sentimentos estranhos que nos invadem nos primeiros tempos do primeiro filho, ela desabafou e chegou a suspirar "ainda bem, porque eu já estava assustada a pensar que era a única que passava por isto, até já fui ao psicólogo a pensar que não era normal".
Realmente, mesmo perante tanto sofrimento/instabilidade a maternidade é maravilhosa e assim que tudo passa não podemos imaginar a nossa vida sem aquela "coisinha" pequenina a quem demos vida e depende tanto de nós. No entanto, se calhar se houvesse um diálogo mais aberto com as pré-mamãs, não tratando estes temas quase como tabus, estas se sentissem menos sozinhas e menos "anormais" quando se deparam com uma realidade que foge em muito ao quadro perfeito que lhes pintam.
Devo acrescentar que a experiência do meu primeiro filho foi indescritível e com ela cresci muito mesmo como pessoa, mas vivi de uma forma muito mais descontraída e aproveitei muito mais a minha segunda gravidez, e mesmo os primeiros tempos do segundo filho, pela experiência que já tinha e pela maior confiança em mim como mãe.
Ontem falei com essa mesma mãe que estava tão angustiada há uns dias, e parecia outra só por ter desabafado e saber que há mais como ela (se calhar todas).
Na verdade, a maternidade é uma bênção, é algo maravilhoso e misterioso.
No entanto, quando acontece pela primeira vez e nos primeiros meses as coisas não são logo bem assim. Isto não quer dizer que não se ame incondicionalmente o filho que se acabou de gerar, mas o facto é que as alterações hormonais bruscas reflectem-se nos mais diversos sentimentos e estados de espírito que se sentem em simultâneo e que se alteram de um momento para o outro.
Não é preciso ser uma depressão pós-parto, basta esta instabilidade física inerente ao parto e a insegurança e receio do futuro pelo novo papel que passamos a ter na vida, para gerar este turbilhão.
No entanto, as observações do tipo: "só tenho vontade de chorar", "choro por tudo e por nada", "cada vez que fico sozinha sinto um pânico imenso", "e se ele adoece", "não me apetece ver ninguém"...Não são muito bem recebidas pela sociedade em geral, e o pior recebem criticas/comentários marginalizantes de outras mães mais velhas de outra geração.
Esta recém-mãe com quem falei há dias também começou pelo "rolo cor-de-rosa do filme". Mas assim que outras mães como eu começaram a falar de todos aqueles sentimentos estranhos que nos invadem nos primeiros tempos do primeiro filho, ela desabafou e chegou a suspirar "ainda bem, porque eu já estava assustada a pensar que era a única que passava por isto, até já fui ao psicólogo a pensar que não era normal".
Realmente, mesmo perante tanto sofrimento/instabilidade a maternidade é maravilhosa e assim que tudo passa não podemos imaginar a nossa vida sem aquela "coisinha" pequenina a quem demos vida e depende tanto de nós. No entanto, se calhar se houvesse um diálogo mais aberto com as pré-mamãs, não tratando estes temas quase como tabus, estas se sentissem menos sozinhas e menos "anormais" quando se deparam com uma realidade que foge em muito ao quadro perfeito que lhes pintam.
Devo acrescentar que a experiência do meu primeiro filho foi indescritível e com ela cresci muito mesmo como pessoa, mas vivi de uma forma muito mais descontraída e aproveitei muito mais a minha segunda gravidez, e mesmo os primeiros tempos do segundo filho, pela experiência que já tinha e pela maior confiança em mim como mãe.
Ontem falei com essa mesma mãe que estava tão angustiada há uns dias, e parecia outra só por ter desabafado e saber que há mais como ela (se calhar todas).
4 comentários:
Tens toda a razão. Fiz um daqueles cursos pré-parto, e uma das coisas que mais me irritava nas outras mães era o ar "o mundo é cor de rosa porque eu estou grávida e vou ter um bebé".
Se bem que é um estado de graça, há que ter noção de que a vida vai mudar. Parecia que estavam a bloquear o assunto ou se calhar era genuino e viviam nessa ingenuidade.
Mas pronto, naquela altura tudo me irritava mesmo! ;)
Fico, de certa forma, maravilhada com essas conversas sobre ser mãe, já que nunca o fui e sinceramente talvez por prever todos esses medos e angústias. porém, fico imaginando que deve ser a sensação mais sensacional do mundo você ter alguém que viveu tanto tempo dentro de você e que irá depender de você durante um tempo largo de sua existência. E então, eu imagino esse poder infinito que Deus deu só às mulheres e que as torna tão poderosas (no bom sentido eu quero dizer) para construirem humanidades em sequência. Dão ao mundo, os seres que o habitam, têm portanto uma responsabilidade também infinita na preparação desses seres, na construção de suas personalidades e portanto, de certa forma, no futuro do mundo inteiro.
É uma responsabilidade e tanto.
Fiquem alertas. Mas mesmo assim, parabéns a todas vocês que ousam tomar essa responsabilidade para si. Então, tudo o que sentirem em relação a gravidez é muito menor do que vem depois. É um mistério maravilhoso. Parabéns de novo.
Beijo
Mila
Ainda não fui mãe ... mas desejo ser um dia e sei que existem muitos anseios, muitos medos por parte dos pais relativamente ao futuro do pequeno ser que vem a caminho.
Há dois ou três meses atras numa conversa de café com uma colega minha descobri que a ADEPE a tinha contactado para ela participar na " Universidade dos Pais", fiquei curiosa e perguntei o que era isso?
Foi distribuído uns questionários aos pais das crianças que andavam no ensino básico de forma a fazer um levantamento dos interesses dos pais na realização de uma formação para os pais. Resultado 80 % dos pais acharam que seria interessante e que estavam interessados.
Achei interessante a ideia e eu quis saber mais sobre o assunto, liguei para lá e perguntei se ainda me podia inscrever no curso . Sim foi a resposta.
Tem sido um espaço de debate, onde os pais colocam muitas das suas dúvidas, desabafam os seus medos relativamente aos sues filhos e no fundo os pais não se sentem sózinhos nesta caminhada que é a de serem Pais para toda a vida :)
É muito interessante a " Universidade dos Pais " esta que estou a participar está quase no final mas mais iram ser organizadas consoante o número de inscrições e aconselho vivamente os pais a participarem pois é uma mais valia para a nossa formação como pais!
Se necessitarem que mais informações basta contactarem-me que estou disponivel para ajudar ;)
Beijos
mamã: há coisas que ainda me irritam em muitas mães, como as que sobreprotegem os filhos como se só elas soubessem como se fossem "mais papistas que o papa". Falo quando dão palpites de uma forma intromissiva na educação que os outros dão aos respectivos filhos (isso irrita-me profundamente, a não ser que lhes reconheça alguma humildade no que dizem e que lhes reconheça competência técnica ou profissional para tal). Falo também de, e a Sandrina conhece bem este tipo de situações, quando se deixam as crianças dias inteiros nas escolas entregues a pessoas que sabem o que fazem e depois, já não se confia nessas pessoas só porque se sai do edifício e "ai jesus porque o meu menino vai numa excursão", e " ai e se o perdem", "e se o roubam"...não há pachorra!
Mila: Tu darias uma excelente mãe na perspectiva do legado que deixarias pela forma tão peculiar que tens de viver e encarar a vida. No entanto, não o sendo, feliz de quem cruzar o teu caminho porque, sendo ou não criança, só ganha em conhecer-te.
Sandrina: A ti, só te falta a experiência física de ser mãe, porque o resto já tens um grande estágio. Acredita que é diferente de ser educadora, mas tu tens a vocação e a vontade de ser uma boa mãe, sem fantochadas e com a noção da responsabilidade que isso implica. Obrigada pelo teu contributo. E só para dar uma achega: para além da Universidade dos Pais, aqui em Peniche as aulas de preparação para o parto feitas pela Laura na Refisica são muito boas. No caso de grávidas como as colegas da Mamã, ela tentava clarificá-las logo que nem tudo eram rosas.
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