quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A Secundária


Ontem fez anos uma colega de turma da escola secundária. Parabéns ALS!

Os melhores tempos da vida académica não foram a faculdade (mesmo tendo sido muito bons) foram, sem dúvida, os da secundária.

Senão vejamos:
- não era preciso estudar para tirar boas notas (na faculdade mesmo matando-nos a estudar não era bem assim);

- quando havia tardes livres ou dias de férias com bom tempo ia-se até ao Castelo dos Mouros e Convento dos Capuchos a pé, só com uma mochila às costas com comida e tabaco (sempre o tabaco) e todos a levarem com a canção do anuncio do "Bongo", cantada por mim, sempre que eu resolvia beber um sumo;

- no verão ia-se para a praia à boleia (o dinheiro que os pais davam para a camioneta era para comprar tabaco) e torrava-se o dia todo ao sol (de noite é que era pior porque ninguém dormia com o escaldão que se tinha em cima);

- dias em que o tempo não dava para ir para a praia ou para a Serra, chegámos a ir para a garagem do desgraçado do S, que tinha um cão cujo nome levava todos a referirem-se sempre ao bicho não só pelo nome como a quem pertencia: o Dick do S;

- nas férias era tudo à molhada na casa de férias aqui da mãe de dois, e muito importante: sem pais.

- trabalhos de grupo em casa de um que era só para dividir tarefas em 2 minutos e o resto era galhofa.

- um professor tinha tantos tiques que íamos morrendo de tanto rir nos primeiros dias, outro parecia o Professor Pardal, outro cheirava mal (ninguém lhe perguntava nada para não o ter a falar tão perto) e tinha os vidros do carro mais sujos por dentro que por fora (e estavam bem sujos por fora), a professora de Português passava a vida a lamentar-se por ser gorda mas comia chocolates ao quilo...

- viajávamos de camioneta e sempre com a guitarra e o cancioneiro na bagagem e em todo o lado era sitio para a X pegar na guitarra e desatarmos todos a cantar como se não houvesse amanhã;

- participávamos no corta-mato das escolas do concelho com o maço de tabaco no bolso e sem correr, só pelo gozo;

- às sextas-feiras ia-se às pizzas que se dividiam por não sei quantos até ao limite de meia fatia por pessoa.


Não saíamos à noite como queríamos, é verdade, e isso deixava-nos fulos da vida. Aproveitávamos todas as "abevias" dos pais e inventávamos mil uma estratégias.


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